sexta-feira, 2 de abril de 2010

Ôô Bruááno! (By: Elisa Peixoto),

sem saída, ontem fomos almoçar na casa do tio Antônio e da tia Augusta. Pensei que fosse ter churrasco queimado, pra variar, o tio sempre fica falando merda e esquece a carne na churrasqueira. O pior é aguentar todos aqueles cachorros no quintal. E a tia fica me dando serviço, acha que eu sou empregada: Vai lá, querida, leva uma carinha pra eles". Sem o querida eu até que levaria. Gosto dos cachorros, mas odeio quando ficam me lambendo a cara. Se cai a chupeta da Fabiana tenho que bancar a rasoável e ir lavar. "Segura ela um pouquinho pra titia." Vômito de nenê quando gruda na gente não sai nem com Super-resolve. O pior é que nem tios e prima de verdade eles são. Mania de pai e mãe: tudo é tio. ¬¬'
Pela primeira vez o churrasco não queimou. Fiquei mal, vomitei a noite toda e tive febre. Comi muito churrasco, molho, bolos, tortas, maionese. Bleca! Tio Antônio veio me ver e aplicou uma injeção. Mesmo doente, levei um beliscão da mamãe quando ele me perguntou o que eu havia comigo. Disse que era o churrasco, o primeiro não queimado de uma série deles. Passei a tarde toda a chá e torradas leves. Se a Elisa (*-*) me visse, ficaria visivelmente melhor, afinal estou quase morrendo. Resolvi fazer uma lista de últimos desejos: quero ser enterrada num belo jardim com árvores (para virar um bom esterco); receber muitas coroas de flores, que meu pai, minha mãe e a Elisa se vistam de preto; e se ela quiser quando for bem velha (com uns trinta anos mais ou menos), pode até casar com outra; que todos os meus pertences fiquem com a Associação do Bem-Estar do Menor; a TV, o Play e o celular, leiloados e a renda revertida para alguma associação de proteção ao cão manco.

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